A causa da endometriose é ainda desconhecida, mas há várias teorias para o seu desenvolvimento. Alguns estudiosos sugerem que os fatores de risco são estresse, aspectos emocionais e profissionais, predisposição genética, exposição a dioxinas ou a outros fatores tóxicos ambientais que resistem à degradação, disfunção imunológica e menstruação retrógrada.
Esta última é uma das mais aceitas e seria o princípio de tudo. De acordo com esta teoria, algumas células do fluxo menstrual seguem o caminho contrário (não saem do corpo com a menstruação), entram nas trompas de Falópio e vão alojar-se impropriamente na cavidade abdominal, sem serem naturalmente destruídas pelo sistema imunológico. Uma vez implantadas, estas células promovem o desenvolvimento local do tecido endometrial e causam a doença endometriótica.
Outras teorias falam em metaplasia (quando o tecido normal da cavidade abdominal se transforma em endometriose); implante de células endometriais durante cirurgias (por exemplo, em cesariana); disseminação de células endometriais através de vasos (sanguíneos ou linfáticos).
O desenvolvimento da célula endometrial fora de lugar, no entanto, só é possível se houver uma alteração na imunidade local, ou seja, nem toda mulher que tenha menstruação retrógrada desenvolverá a endometriose.
Outros fatores coadjuvantes colaboram com a doença:
– hereditariedade: presença de endometriose em mãe e irmãs dobra o risco;
– raça: mulheres brancas têm maior chance de desenvolver a doença;
– níveis elevados de hormônio feminino (estrógeno) e menstruações prolongadas e abundantes;
– fatores anatômicos (como cicatrizes ou malformações uterinas que dificultem o fluxo menstrual).
Entre os médicos, há até um conceito, não comprovado, de como seria o estereótipo da mulher portadora de endometriose: perfil independente, perfeccionista, na faixa dos 30 anos e que planeja uma primeira gravidez tardia. Porém, há muitos casos de pessoas com o diagnóstico e que não correspondem a essa descrição.
Esta moléstia parece ter vários mecanismos na origem da infertilidade, quer seja por alterar a anatomia dos órgãos, ou modificar a bioquímica da cavidade abdominal pela produção de agentes irritantes e inflamatórios, ou perturbando a imunologia local, interferindo na ovulação, no movimento contrátil das trompas, na motilidade espermática e na implantação do embrião.