Ainda pouco estabelecido no Brasil, esse conceito mostra-se necessário para mulheres diante de uma proposta cirúrgica radical. Boletim do Hospital John Hopkins International publica, em janeiro de 2003, que “os pacientes nos EUA, quando se trata de pedir a opinião de seus médicos sobre determinados procedimentos, levam em conta antigo ditado: ‘Trust, but verify’ (‘Confie, porém confirme’)”.

Apesar de muitos pacientes desejarem ouvir uma segunda opinião, muitos relutam em fazê-lo para não aparentar falta de confiança no seu médico. Entretanto, os próprios profissionais concordam que esta é uma ótima idéia, especialmente para aqueles que estão diante de um diagnóstico mais severo, ou quando em vias de serem submetidos a determinados procedimentos mais radicais.

Para se ter uma idéia do problema, em artigo publicado no New England Journal of Medicine, na sua edição de março de 1993, já se comentava sobre o exagero de mulheres que anualmente perdiam seus úteros nos EUA, e atribuía essa situação dramática à “falta de conhecimento dos profissionais por outras opções terapêuticas”.

O citado artigo revela também que “cerca de 90% das histerectomias (retirada do útero) são realizadas a fim de eliminar doenças benignas, e executadas sem qualquer tentativa terapêutica prévia — o que pode ser considerado um abuso cirúrgico”. Esta análise demonstra que embora a opinião do seu médico seja confiável, muitas dúvidas podem existir; e todos têm o direito, e mesmo a obrigação, de consultar uma segunda opinião.

A segunda opinião permite que os pacientes considerem vantagens e desvantagens nas outras opções eventualmente oferecidas por diferentes especialistas da área. Se houver concordância com a primeira proposta diagnóstica ou terapêutica, com certeza você se sentirá mais seguro para prosseguir. Se os pontos de vista não forem coincidentes, é mesmo válido consultar um outro profissional ou serviço médico de reconhecida competência.

Abastecido de todas os esclarecimentos, ficará mais fácil e seguro decidir qual o melhor caminho para a solução do problema.

Quando os conceitos e as práticas não progridem com a velocidade que os fatos requerem, deixamos de contribuir com a evolução e tornamo-nos cúmplices do desconhecimento.