Medicina da USP apresenta pesquisa que mostra como a diminuição de hormônios na menopausa torna as mulheres mais vulneráveis à poluição
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Duração: 2’14”
Veiculado em: 24/03/2007
Na juventude elas são protegidas pelos hormônios, depois os riscos aumentam.
O coração da aposentada Ana sempre funcionou bem. Mas, há dez anos, ela desenvolveu arritmia. “O coração dispara e parece que vai sair pela boca”.
Numa cidade como São Paulo, o coração tem um grande inimigo: a poluição. Os médicos já sabem que ela favorece doenças cardiovasculares. Agora, descobriram quais são as maiores vítimas: as mulheres mais velhas.
A pesquisa foi feita na Faculdade de Medicina da USP. “Coletamos dados de internação por doenças cardiovasculares em pessoas de 45 anos para mais e cruzamos com dados de poluição diária da Cetesb”, diz a pesquisadora Lourdes Martins.
Num período de cinco anos, toda vez que a poluição aumentou, o número de homens internados com dor no peito ou infarto cresceu 4%, o de mulheres, 9%. Isso na faixa de 45 a 64 anos de idade.
O médico Alfésio Ferreira Braga que orientou a pesquisa explica que as mulheres tornam-se mais vulneráveis com a diminuição de hormônios durante a menopausa. “A questão é esta alteração da proteção hormonal que ela tem até um determinado momento, perde e passa a sofrer os efeitos da poluição de forma integral”.
O ginecologista Cláudio Basbaum compara a poluição ao cigarro. “O ar atmosférico envenenado age comprometendo os vasos, comprometendo o aparelho respiratório, levando ao agravamento ou surgimento de doenças cardiorespiratórias”.
No organismo, os poluentes alteram a coagulação do sangue, o que pode entupir veias e artérias. Também mexem com o sistema nervoso, fazendo o coração bater fora do ritmo.
Por isso, o melhor é não exigir muito dele em dias mais poluídos e evitar fazer exercícios em avenidas movimentadas em dias muito secos.
Mulheres no alvo da poluição – 24.03.2007