No passado, a falta de recursos para diagnósticos mais precisos gerou uma indiscriminada indicação de histerectomias, até mesmo como uma forma de evitar-se um futuro câncer.

Numa atitude simplista, irracional e perversa, o útero era considerado um órgão inútil e descartável.

Sob a nova visão filosófica da ginecologia contemporânea, preservar o corpo humano íntegro e em harmonia significa preservar a saúde física e psicológica da mulher. Essa é uma das metas principais da Pró-Matrix.

Com o advento de novos exames (papanicolau, colposcopia, ultrassonografia, ressonância magnética, videohisteroscopia), que possibilitam uma melhor avaliação das doenças uterinas, esses objetivos vêm sendo alcançados.

Entretanto, a retirada do útero algumas vezes precisa ser considerada, embora a grande interrogação seja determinar o momento exato em que ela deva ser realizada.

A histerectomia hoje dever ser indicada de forma absoluta apenas para estes casos:

  1. câncer de corpo uterino
  2. câncer de colo uterino invasivo
  3. úteros muitos volumosos e/ou deformados por múltiplos miomas
  4. hiperplasia endometrial complexa com atipias
  5. câncer de ovário

E pode ter indicação discutível nas seguintes condições:

  1. dismenorréia (cólicas menstruais) de forte intensidade
  2. dor pélvica crônica de origem uterina
  3. endometriose/adenomiose
  4. prolapso uterino (queda do útero)
  5. miomas
  6. sangramento uterino anormal sem causa aparente/não responsivo ao tratamento

Ainda assim, mesmo quando a cirurgia for bem indicada e realizada dentro da técnica mais apurada, temos que lembrar que a histerectomia é uma cirurgia de grande porte e deve ser a solução de último recurso, quando não for obtido sucesso com tratamentos mais conservadores.