No passado, a falta de recursos para diagnósticos mais precisos gerou uma indiscriminada indicação de histerectomias, até mesmo como uma forma de evitar-se um futuro câncer.
Numa atitude simplista, irracional e perversa, o útero era considerado um órgão inútil e descartável.
Sob a nova visão filosófica da ginecologia contemporânea, preservar o corpo humano íntegro e em harmonia significa preservar a saúde física e psicológica da mulher. Essa é uma das metas principais da Pró-Matrix.
Com o advento de novos exames (papanicolau, colposcopia, ultrassonografia, ressonância magnética, videohisteroscopia), que possibilitam uma melhor avaliação das doenças uterinas, esses objetivos vêm sendo alcançados.
Entretanto, a retirada do útero algumas vezes precisa ser considerada, embora a grande interrogação seja determinar o momento exato em que ela deva ser realizada.
A histerectomia hoje dever ser indicada de forma absoluta apenas para estes casos:
- câncer de corpo uterino
- câncer de colo uterino invasivo
- úteros muitos volumosos e/ou deformados por múltiplos miomas
- hiperplasia endometrial complexa com atipias
- câncer de ovário
E pode ter indicação discutível nas seguintes condições:
- dismenorréia (cólicas menstruais) de forte intensidade
- dor pélvica crônica de origem uterina
- endometriose/adenomiose
- prolapso uterino (queda do útero)
- miomas
- sangramento uterino anormal sem causa aparente/não responsivo ao tratamento
Ainda assim, mesmo quando a cirurgia for bem indicada e realizada dentro da técnica mais apurada, temos que lembrar que a histerectomia é uma cirurgia de grande porte e deve ser a solução de último recurso, quando não for obtido sucesso com tratamentos mais conservadores.