Parto humanizado não é apenas mais uma técnica para ajudar a mulher a dar à luz, mas um conceito segundo o qual a gestante tem o direito de escolha sobre como quer ter o bebê. É uma nova forma de encarar o nascimento, que deixa de ser um procedimento essencialmente médico e passa a ter o comando da parturiente.

Segundo o Ministério da Saúde, parto humanizado é aquele em que a gestante tem direito a um mínimo de seis consultas de pré-natal, vaga garantida em um hospital na hora do parto e direito a um acompanhante.
Alguns hospitais estabelecem que a presença do acompanhante, música na sala de parto e a permissão para ficar alguns minutos com o bebê logo após o nascimento é o que define esse tipo de parto.

O entendimento de que parto humanizado é mais do que isso, ou seja, um direito de escolha da mulher sobre como quer dar à luz, baseia-se na idéia de que ela é dona de seu próprio corpo e conhece suas necessidades.
Nesse caso, cabe ao médico e a toda a assistência garantir o pré-natal, um atendimento individualizado, oferecer apoio, mostrar todas as opções que a parturiente tem com base no histórico do pré-natal e do desenvolvimento fetal e, por fim, fazer o acompanhamento do parto, interferindo apenas se houver real necessidade.

Mesmo com as orientações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde para a realização do parto humanizado, muitos hospitais e serviços médicos optam pela forma tradicional. Isso acontece, em geral, por conveniência, necessidade de desocupar rapidamente leitos e até por comodidade dos médicos e das próprias gestantes.

Mais saúde, mais segurança

A ciência vem comprovando que o parto humanizado é melhor para a saúde da gestante e do bebê e que o excesso de intervenções tecnológicas durante o parto pode não ser tão seguro. Alguns estudos apontam, além disso, que um parto de baixo risco realizado por uma parteira ou em Casas de Parto é tão seguro ou mais do que os partos realizados em hospitais ou maternidades. O procedimento é mais natural e evitaria riscos de infecções hospitalares, por exemplo. Esta atitude não faz parte das condutas de assistência obstétrica recomendadas pelo dr. Cláudio Basbaum, em função de possíveis situações de emergência que podem surgir, tanto para a parturiente quanto para o seu bebê.

Antigamente, antes de a mulher ser posta na posição deitada, para dar a luz, o parto acontecia na posição vertical. Essa mudança ocorreu para que o médico pudesse ter mais controle da situação. Entretanto, a posição vertical é mais confortável e segura, tanto para a mãe quanto para o bebê, além de acelerar o processo.

Segundo a concepção do parto humanizado, quando o bebê vem ao mundo é fundamental que ele fique com sua mãe durante o tempo que ela julgar necessário, para fortalecer a relação entre os dois , mesmo que os exames obrigatórios a serem realizados no bebê sejam adiados por alguns minutos. Nesses instantes em que a mãe fica com o bebê junto ao corpo, após o nascimento, é importante que ofereça o seio e tente amamentá-lo. Está provado que a amamentação nos primeiros instantes de vida é importante para combater a mortalidade infantil.

É preciso esclarecer também, que cesáreas e outros tipos de parto com intervenção médica também podem ser humanizados. Porém, estes só deveriam ocorrer em situações de real possibilidade ou no caso de solicitação da gestante, que precisa ser bem orientada pelo obstetra consciente e experiente quanto a essas intervenções.

Segundo o dr. Claudio Basbaum, a experiência e as observações cientificas demonstraram que os resultados de um parto verdadeiramente humanizado são altamente positivos para a mãe e, evidentemente, para as crianças, que se tornam mais seguras e equilibradas emocionalmente.